Gestão de ativos e confiabilidade andam de mãos dadas. Confira!
A manutenção é um dos pilares e principais pontos de atenção quando se fala da gestão de ativos industriais, especialmente quando falamos também da gestão dos custos de manutenção. Isso porque ela pode ser uma aliada, quando pensada de forma estratégica, ou uma vilã que pode comprometer a saúde financeira da empresa quando não é gerenciada adequadamente.
Inclusive, a maneira como o Gestor de Manutenção gerencia os processos impacta positivamente (ou negativamente) em toda a cadeia de gestão. Por isso, é importante que as empresas adotem uma postura estratégica e percebam a relação direta entre manutenção e produtividade. Visto que ela é responsável pela disponibilidade dos ativos.
As estratégias de manutenção quando bem aplicadas podem proporcionar ganhos em segurança pessoal, operacional e do meio ambiente, bem como a conscientização de atendimento as normas e diretrizes organizacionais.
Desse modo, a estratégia de manutenção deve se basear em estudos de confiabilidade que visam manter a função do ativo e sua disponibilidade. Assim, a aplicação das estratégias corretas terá um efeito positivo nos custos de manutenção (OPEX) e dará subsídio para a avaliação da necessidade de investir em CAPEX.
Qual a diferença entre OPEX e CAPEX?
Capital Expenditure (CAPEX) significa Despesas de Capital ou Investimentos em Bens de Capitais. Assim, esse custo é uma das formas para manter ou até expandir o escopo das operações de uma empresa. Como exemplo podemos citar a construção de uma nova indústria, aquisição de novos ativos e etc., que representam investimento e crescimento nos bens.
Já o Operational Expenditure (OPEX) está relacionado às despesas e dispêndios operacionais, ou seja, estão relacionados às atividades rotineiras, como manutenção de equipamentos, pagamento de colaboradores e etc. Em geral, essas despesas compõem um percentual significativo da parcela dos gastos e por isso devem ser planejadas estrategicamente.
Mas, como reduzir custos de Manutenção na Gestão de Ativos?
Normalmente, os recursos financeiros destinados a manutenção (sejam eles OPEX ou CAPEX) são pré-estabelecidos. Assim, o gestor deve otimizar esses recursos para “fazer mais com menos”, por isso é fundamental que adotemos estratégias eficazes de manutenção. Isto é, estabelecer o tipo adequado de acordo com a criticidade do ativo, um exemplo é a classificação em A, B ou C, para assim elencar prioridades.
Isto é, já se conhecem os benefícios do uso da manutenção preventiva na gestão de ativos, e assim evitar as corretivas não planejadas e emergenciais. Inclusive, essa estratégia se mostra eficaz na maioria dos casos.
Tem dúvidas sobre a diferença entre a gestão de ativos e da manutenção? Leia mais sobre o tema aqui.
Aplicando o conceito da confiabilidade
Mas, para potencializar a otimização de recursos é necessário ir além e aplicar o conceito de Confiabilidade. E uma das formas é manter a função do ativo a partir da Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC) ou Reliability Centered Maintenance (RCM), que fornece uma análise da condição crítica.
Esse pensamento é uma metodologia qualitativa da Engenharia da confiabilidade, onde seu principal objetivo é preservar as funções do ativo, mantendo a disponibilidade e refletindo na confiabilidade. A ideia é desenvolver um programa de manutenção eficiente baseada inteiramente na funcionalidade do sistema e do equipamento e usar as estratégias corretas de manutenção para cada ativo baseado em seu contexto operacional e criticidade.
Assim, a MCC possibilita a redução de custos de manutenção ao priorizar funções mais importantes do sistema e ao agregar atividades de manutenção estritamente necessárias para a continuidade, evitando ou removendo ações de manutenção desnecessárias.
Inicialmente, para a análise de MCC, é necessário responder às sete perguntas:
- Qual a função do sistema com dados operacionais associados na operação atual?
- Como o sistema pode falhar ao executar sua função?
- Qual a causa de cada falha funcional individual?
- O que acontece quando cada falha individual ocorre?
- Qual é a consequência de cada falha individual?
- O que pode ser feito para evitar cada falha individual?
- O que deve ser feito se a falha não puder ser impedida?
A resposta dessas perguntas fornece elementos que ajudarão a priorizar equipamentos e ações, ou seja, na execução da gestão da manutenção de ativos. Após isso, é possível montar a árvore da decisão.
Árvore da decisão: priorização como aliada da confiabilidade da gestão de ativos
Muitas vezes não se sabe por onde começar. Por isso, estabelecer a árvore (ou Diagrama) da decisão pode tornar o processo mais prático. Isto é, a árvore da decisão é aplicada para definir quais os ativos representativos da planta precisam ser analisados. Bem como avaliar os custos da manutenção, os riscos da falha e o impacto na produção como um todo.
Assim, é possível que um risco seja aceito e não será feita nenhuma ação de manutenção, de modo a priorizar aqueles que são críticos e evitar perdas de esforços. Confira um modelo de árvore de decisão:
A partir disso, a análise MCC permite estabelecer tarefas corretas para evitar ou minimizar as possíveis falhas e modos de falhas mapeados. Assim, é possível tornar a gestão de ativos e os planos de manutenção mais eficazes, aumentando a disponibilidade do sistema e reduzindo o risco de negócio.
Quer saber mais sobre gestão da manutenção? Conheça o papel da matriz de criticidade
Monitoramento dos ativos: primeiro passo para a gestão estratégica
Para que seja possível a efetiva aplicação da gestão estratégica, é necessária a obtenção de dados sobre os quais o gestor tomará decisões. Assim, o primeiro passo é o monitoramento dos ativos e a análise dessas informações.
A Solução Dynamox oferece sensores de vibração e temperatura que coletam dados precisos e contínuos de eixo triaxial. Bem como a coleta automatizada (gateway) dessas informações em uma plataforma desenvolvida para apoiar as equipes nos processos de análise e tomada de decisão.
O uso da Solução Dynamox contribui para planejar estrategicamente a gestão de ativo ao oferecer ferramentas que permitem identificar falhas precocemente e planejar a manutenção. Inclusive, um dos elementos disponíveis é a ferramenta Decision Making Assistant (DMA), que otimiza o trabalho de um analista de preditiva, através de alarmes de criticidade da condição da máquina, tendência e outros parâmetros apresentados no dashboard. O painel serve também para o estabelecimento de prioridades na tomada de decisão por parte dos gestores. Confira:
DMA e Alertas A2: Como otimizar o trabalho de um analista de vibração? – YouTube
Manutenção preditiva: uso estratégico para a gestão de ativos
E como funciona? Em termos práticos, podemos citar um caso real de uma detecção ocorrida em uma fábrica de papel, em que se evitou a perda de mais de 70 toneladas de papel.
No caso citado, o cilindro secador de máquina de papel – um ativo crítico – da fábrica apresentou indícios de falhas. O ativo possui os sensores de vibração e temperatura sem fio da Dynamox, a empresa oferece também o sistema de detecção automatizada (DynaDetect). Dessa forma, a plataforma Web enviou um sinal de alerta aos técnicos ao receber os dados com alteração captados pelos sensores.
Se fosse aplicada a ação corretiva, a máquina precisaria ficar parada por um tempo estimado de 15 horas, mobilizando a equipe técnica (homem/hora) e o impacto na produção por quase dois turnos. Com a detecção da falha, foi possível programar a manutenção do ativo para o momento oportuno, sendo esta realizada em 6 horas. O que gerou uma economia de 9 horas de máquina parada e o equivalente a 76,5 toneladas de papel que deixaram de ser perdidas.
Quer ver as ferramentas que permitiram a detecção da falha? Veja o case completo aqui.