Entre as várias razões para o monitoramento contínuo de ativos, foram selecionadas algumas que fazem mais eco para a realidade da manutenção brasileira: a otimização do ciclo de vida; a segurança do trabalho; auxílio na contratação de seguros industriais e requisitos para implementação de um sistema de gestão de ativos.
O QUE É, AFINAL, O MONITORAMENTO CONTÍNUO DE ATIVOS?
O conceito da indústria 4.0 traz a digitalização de processos industriais e, sem dúvida, nisso está inserido o sensoriamento de máquinas.
Esse sensoriamento permite o monitoramento contínuo de ativos e está inserido nas técnicas de manutenção preditiva.
Através dele é possível acompanhar a condição de uma máquina, a partir de parâmetros coletados, como por exemplo, vibração e temperatura.
Uma das maneiras mais efetivas de coletar esses dados é através de medidores com sensores, instalados nas máquinas ou componentes.
Estes medidores coletam informações em intervalos de amostra definidos pelo usuário e permitem a geração de gráficos com histórico de medidas.
A Solução Dynamox, medidor e analisador, realiza o registro autônomo de amostras dos parâmetros de vibração em três eixos, bem como sua temperatura, em um intervalo de tempo definido pelo usuário.
Na imagem abaixo é dado um exemplo de aplicação real, na qual o usuário definiu o intervalo de tempo em 10 minutos e, através do gráfico de vibração gerado, pôde identificar uma falha em estágio inicial em um dos rolamentos da máquina.
Percebe-se que antes da falha, os eixos radial e horizontal (rosa e amarelo) vibravam em cerca de 2 mm/s.
Após a falha, pode-se ver, principalmente no eixo radial, que os valores dobraram.
Ao analisar o gráfico, o cliente pôde intervir de maneira rápida, fazer a manutenção requerida e normalizar a operação, antes mesmo que a situação se agravasse e afetasse outros componentes.
O MODELO ATUAL DE MEDIÇÃO E ANÁLISE DE VIBRAÇÃO
A experiência prática tem mostrado que grande parte das empresas ainda possui um modelo de medição e análise de vibrações por amostragem, na maioria das vezes feita por técnico ou analista de vibrações terceirizado.
A frequência de coleta pode variar, de espaçamentos mensais a trimestrais.
Na verdade, é como uma fotografia da situação momentânea do ponto avaliado, que pode ou não ser repetido na próxima coleta de medição. Por isso, não consegue indicar uma tendência de falha.
Para realizar este trabalho, o técnico precisa:
- dispor de um equipamento, com as funções de medidor e analisador de vibração;
- se deslocar para o local – um chão de fábrica;
- realizar as medições, dentro do tempo disponível;
- gerar um laudo.
Esse serviço tem um custo e o laudo, normalmente, não é disponibilizado na hora.
De outro lado, como o técnico necessita chegar no ponto do componente a monitorar, devido à condição de risco do trabalho, é frequente não conseguir fazer a coleta em pontos específicos de risco.
Quando o monitoramento contínuo ocorre com sensores cabeados, é possível obter informação em tempo real.
É, no entanto, uma solução de elevado custo e traz o risco do rompimento dos cabos, muitas vezes difícil de identificar e corrigir.
OS BENEFÍCIOS DO MONITORAMENTO CONTÍNUO
A redução do custo do ciclo de vida e o prolongamento da vida útil do ativo: 80% das falhas em maquinários são aleatórias, isto é, não dão aviso prévio para acontecer.
Um caminho é a manutenção preventiva, seguindo a orientação do fabricante.
Outro, mais efetivo, é o monitoramento da condição de componentes ou do maquinário. Tem a vantagem de permitir o uso de peças e componentes até o ponto em que não geram riscos de paradas não programadas.
Ao mesmo tempo em que registra um filme da condição operacional do maquinário, através das séries temporais de vibração e temperatura, também registra a análise espectral, sempre que houver a indicação de que algo está saindo da normalidade.
A segurança do trabalho e a adequação à NR12: a Norma Regulamentadora NR-12 e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e, para isso, estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho.
O trabalho em altura, em ambientes confinados, geradores de calor, fuligem e poeira, ruidosos, com excesso de vibrações, onde há superfícies aquecidas, com substâncias que reagem perigosamente, são exemplos de ambientes insalubres e mesmo inacessíveis para o manutentor.
Então, por que não deixar a tecnologia de monitoramento contínuo cuidar disso? Além da instalação de um medidor sem fio, é possível automatizar a coleta dos dados pelo uso de um gateway (coletor automático).
O manutentor não precisa estar exposto a esse ambiente de risco. ,E ao mesmo tempo, há a análise remota da condição do maquinário.
Mais benefícios
Critério de viabilidade e menor custo de contratação de seguro de ativos industriais: se a condição do ativo é conhecida, é possível a intervenção de manutenção na melhor oportunidade possível. E assim se reduz o risco de quebra, parada de produção e acidentes.
Laudos periódicos da condição dos equipamentos evidenciam a gestão adequada.
Extrair valor dos ativos: o paradigma moderno da manutenção é extrair o máximo de valor dos maquinários operativos, eficientes em desempenho, ou seja, disponíveis, confiáveis e produzindo com qualidade máxima.
Indo além, espera-se que o conhecimento adequado da condição dos ativos provoque a melhoria contínua em processos produtivos. Isto é, de operação, manutenção e treinamento na gestão de custos e também na de riscos, sempre amparados por dados.
Essas práticas de uma gestão de ativos eficiente estão dentro dos requisitos da norma ISO 55000.
Inclusive, destaca-se o monitoramento contínuo como um ponto relevante para sua implementação.
Saiba mais sobre o monitoramento contínuo da vibração: